quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Cooperativa de Januária ultrapassa fronteiras e chegam ao Japão



Foto: Cida Santana


Com o suporte do Sebrae Minas a Cooperativa dos Agricultores Familiares e Agroextrativistas do Vale do Peruaçu (Cooperuaçu) garante trabalho e sustentabilidade para moradores de 12 comunidades do município de Januária e tem 60 integrantes, sendo a maioria mulheres que vivem da agricultura familiar e produzem polpas e outros derivados dos frutos do cerrado que tem o pequi como carro-chefe dos frutos coletados. Além de Januária, a Cooperuaçu conta com a participação de agricultores familiares dos municípios de Itacarambi, São João das Missões, Cônego Marinho, Bonito de Minas e Miravânia.

O coordenador de trabalhos da Cooperuaçu, Joel Araújo Sirqueira, destaca que o apoio do Sebrae Minas tem sido fundamental para o crescimento da entidade e para a melhoria de vida dos agricultores extrativistas. “ O Sebrae trouxe o conhecimento para dentro da cooperativa. Por meio de capacitações, consultorias e promoção de eventos, o órgão nos proporciona um caráter profissional. Isso nos dá visibilidade e cria a perspectiva de um crescimento maior” enfatiza Joel.

Vendas

O bom trabalho e a organização da Cooperuaçu ganharam credibilidade e conquistou o outro lado do planeta. “Conseguimos uma parceria com a Central do Cerrado, uma cooperativa que trabalha com frutos do cerrado o que nos ajudou a alçar um voo mais alto. Produzimos o creme de pequi e enviamos algumas receitas para o Japão. Eles aprovaram e, recentemente, nos pediram uma carga bem maior. Agora estamos preparando para conseguir atender a essa demanda”, destaca o coordenador da Cooperuaçu, Joel Sirqueira.  

No Brasil, os produtos do cerrado são comercializados em diversas cidades mineiras como Montes Claros, Coronel Fabriciano, Lagoa Santa e Belo Horizonte e também nos mercados de Brasília e São Paulo. Para aumentar os contatos, adquirir experiência e expor os seus produtos, a cooperativa participa de várias feiras, entre elas a Feira Mundial de Cooperativismo, realizada anualmente em Santa Maria-RS. 

Fonte: Sebrae MG                     

Efeito da Crise




De acordo com estudo realizado pelo Departamento de Administração, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), com base nas informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)Nos últimos dois anos, Montes Claros sofreu os efeitos da crise econômica nacional e teve um saldo negativo entre as admissões e demissões no mercado formal de trabalho. Também houve uma redução da movimentação de trabalhadores – tanto de contratações como de dispensas. Os dados são de um estudo realizado pelo .

O levantamento realizado constatou ainda que o saldo entre as contratações e demissões em 2016 teve uma queda de 2,1% em relação a 2015, com a perda de 1.910 postos de trabalho. Em dezembro de 2015, Montes Claros contava com 89.941 trabalhadores com carteira assinada, número que caiu para 88.061 em dezembro de 2016.

A pesquisa também revela uma queda de 0,9% no mercado de trabalho do município entre dezembro de 2014 (90.797) e dezembro de 2015 (89.941), com 856 empregos a menos. O professor Rogério Furtado de Souza ressalta que desde meados de 2015 vem diminuindo o volume de admissões e também desligamentos na cidade.

DEZEMBRO DE 2016: PIOR RESULTADO EM 4 ANOS

Segundo o estudo, durante o mês de dezembro de 2016, houve o fechamento de 557 postos de trabalho no mercado formal de Montes Claros. "Foi o pior resultado do ano e também o pior para o mês de dezembro nos últimos quatro anos", afirma Furtado.

Em dezembro do ano passado foram admitidos 1.862 trabalhadores em Montes Claros. Por outro lado, foram registrados 2.419 desligamentos na cidade. Conforme Rogério, das pessoas admitidas, 53% são do sexo masculino e 47% do sexo feminino. Entre desligados dos postos de trabalho na cidade em dezembro, 55,6% são do sexo masculino e 44,4% do sexo feminino.

"Cabe destacar que a participação dos homens no total de trabalhadores do mercado formal local vem nos últimos anos se situando em torno de 55%, de modo que os percentuais observados aparentam ser coerentes com tal dimensão", analisa. Ele ressalta a importância dos estudos desenvolvidos pelo Observatório do Trabalho do Norte de Minas, que vai divulgar boletins mensais sobre o mercado de trabalho formal de Montes Claros, servindo como uma importante ferramenta de acompanhamento da geração de postos de trabalho.

Quanto aos novos postos, em dezembro de 2016, o perfil do trabalhador que obteve o melhor resultado na relação entre admissões e desligamentos foi constituído por homens entre 18 e 24 anos, com ensino médio completo, contratados, principalmente, por microempresas do comércio, com rendimento salarial entre 1,01 e 1,5 salário mínimo.

FAIXA SALARIAL DOS DEMITIDOS

Por outro lado, revela o levantamento da Unimontes, o perfil com maiores perda de postos de trabalho foi composto por mulheres entre 30 e 39 anos e homens entre 25 e 29 anos, com ensino médio completo (no caso dos homens) e com ensino superior completo (no caso das mulheres). A maior parte das demissões foi feita por empresas de porte médio do setor de serviços. A maioria dos trabalhadores demitidos recebia entre 0,5 e 1,5 salário mínimo e 72% deles tinham menos de dois anos de contrato de trabalho.


 "Percebe-se que as empresas, quando contratam, vêm optando por trabalhadores mais jovens (entre 18 e 24 anos), com melhor escolaridade, dispostos a receber até 1,5 salário mínimo Entretanto, mesmo diante de tal cenário, a faixa de renda entre sete e 15 salários mínimos manteve-se ativa, com a abertura de novos postos de trabalho", analisa o professor do departamento de Administração da Unimontes. Ele também ressalta que microempresas (com até quatro trabalhadores) e as empresas de grande porte tiveram participação importante na geração de empregos formais em Montes Claros ao longo do ano de 2016, amenizando a perda dos postos de trabalho.